domingo, 4 de agosto de 2013

A ARTE DE BEM ESCREVER

A arte de bem escrever
por René Magritte
Talento, inspiração, muita técnica e MUITO trabalho.


Escrever bem é uma arte, um dom, uma inspiração, um talento natural. Mas, escrever “ao correr da pena” é uma ilusão. Escrever não é uma tarefa fácil. A arte de bem escrever exige gênio, rasgo e inspiração mas exige sobretudo raciocínio lógico, disciplina mental, domínio pleno de algumas regras essenciais e dedicação numa base de prática diária. E tempo. Sim, tempo. Escrever dá trabalho. Muito. E quem disser o contrário, mente. Ou não é um escritor! Escrever é fruto de um grande esforço e a habilidade técnica é diretamente proporcional à frequência com que se escreve. Escrever bem não é apenas ser correto gramaticalmente e não dar erros ortográficos. Escrever bem é ser um artista que manuseia as palavras e as ideias com a mesma destreza que um pintor manuseia as cores e as suas infinitas combinações. Escrever bem é transmitir de forma simples ideias consistentes. É elaborar para simplificar. É depurar. É construir sem pena de destruir tudo outra vez. É um ato possesso. Uma obsessão. É arrebatamento e paixão. É querer condensar o todo numa frase. É ilustrar, criar sabores, exalar aromas e transmitir imagens ao associar as palavras. É ser-se original. É contornar as regras, como se estas fossem celas imaginárias e, sem as desrespeitar, ir mais longe, alcançar o infinito. É saber descrever o ordinário de um modo extraordinário. É gerar empatia e saber traduzir o dia-a-dia. É ter uma grande bagagem cultural e não necessitar de se afirmar como intelectual. É ver o mundo de dentro para fora e depois de fora para dentro para melhor distanciamento. E, é nessa lida diária de registo, na paixão que toma e possui quem escreve, nesse voo livre em viagem mental liberta e desprendida, onde os sentidos coexistem com as vivências e as apetências que os verdadeiros escritores de talento e gênio se transcendem e se revelam. Ou não. Eu, ... escritora não sou e tenho dúvidas se algum dia lá chegarei.



Parabéns à aluna CAROLINA  SANTOS, da Turma 301, que com certeza, domina muito bem essa arte!!!!!


Confira, lendo o texto escrito por ela...



Guerra Urbana

          Brasil. um país subdesenvolvido, o país do futebol, da praia, do sol, da violência, do vandalismo, das catástrofes humanas. Brasil, um país dividido entre guerra e paz.
          No cotidiano brasileiro, se vê claramente que a beleza e a riqueza do país é escondida por uma nuvem espessa de podridão social, denegrindo o povo, o sorriso e o gosto. Essa guerra urbana, nitidamente aberta, abafa o olhar ingênuo da criança, ensinando-a a violar, mas não deveria ensinar a respeitar? Pobres dos que veem tamanha crueldade, tamanha frieza e ficam a mercê de um socorro e de uma resposta à injustiça esticada nas faixas dos inúmeros protestos sem solução.
          Pátria amada, Brasil! Já não é tão amada assim, é, portanto, Pátria Amarga! Não adoça mais os lábios do povo que quer beber vinho doce, quando colhe fruto podre. Doçura hoje é como aguardente descendo e queimando em arrependimento por ter semeado a guerra e ter colhido a própria. Povo desleixado, pensavam assim: depois dá-se um jeitinho, todavia, não há mais jeito que se dê para reverter a triste crítica realidade, que faz o brasileiro, desgostado de sua própria plantação, dormir com a porta trancada e nunca mais abrir.
          Por fim, aliás, onde está o fim? A nuvem negra já se expandiu, anunciando tempestade sem hora para terminar.


Obs. este texto foi escrito antes de começarem as manifestações de rua que ocorreram em nosso país.


CAROLINA SANTOS é aluna do 3º ano, Turma 301, de nossa Escola. 


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