segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PROCURA DA POESIA


Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consuma
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

                                  Carlos Drummond de Andrade


Carlos Drummond de Andrade (Itabira31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro17 de agosto de 1987) foi um poetacontista e cronista brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX



ANA JULIA CIOATO, aluna da Turma 61 "penetrou no reino das palavras e encontrou lindos poemas que esperavam ser escritos". Vamos conhecer um pouquinho de seu trabalho, realizado nas aulas de Língua Portuguesa.



A CARAVELA

Relembro os bons tempos
de uma caravela a navegar no infinito mar azul.
Ao vento, é guerreira, forte e feita de boa madeira,
fiel companheira nas grandes jornadas ao mar.
Olho no horizonte, o sol a raiar. 
Marujos, ergam as velas!
Hoje estaremos em terra firme,
voltando para meu ninho como um passarinho,
muitas histórias hei de contar,
do marujo, da caravela e do mar.





A BORBOLETA

A borboleta
é linda
branca, rosa, violeta.
A borboleta adora voar,
vive nas florestas, cidades,
campos, sítios, em qualquer lugar.
Em nossa alma, com muita devoção.
Voa, voa borboleta
traga paz e felicidade
para as pessoas de qualquer idade
com muita imaginação e amor no coração.





O PÁSSARO

Tenho um pássaro 
que adora brincar.
Mas o que ele não consegue
é voar.
No parque
eu o levo passear,
parece uma criança
corre, pula, balança,
pena que um caçador malvado
tenha tirado
seu dom de voar.
Mas minha tia Eulália, disse para não desanimar,
porque assim como minha gralha não pode voar,
por uma doença de infância
eu também não posso caminhar.



Parabéns, Ana Julia!! Seus poemas são lindos! Que você se aprimore cada vez mais e continue nos encantando com seu trabalho e seu jeitinho especial de ser!